terça-feira, 22 de julho de 2008

Somente o necessário

Há cerca de um mês, surpreendi meu marido com uma questão que deixou-o intrigado. Perguntei se ele se importaria se eu juntasse dois anéis muito parecidos que ele me deu no começo do namoro (muito parecidos com a minha aliança, aliás) para participar de uma troca na H.Stern, por novas peças. A pergunta me soou muito racional e como algumas outras jóias vieram depois, que importância teria abrir mão das duas primeiras? Ele, que guarda até hoje o primeiro boletim escolar, todos os cadernos, a coleção de pedras da infância, entre outras coisas, concordou, mas se disse chocado com o meu despreendimento. Acontece que não foi desprezo pelos presentes, carrego esse pensamento em todo tipo de bem que eu tenho: para quê ter duas camisas brancas se sempre uma delas vai ser a favorita e, tendo uma favorita, eu não verei razão para usar a que gosto menos? Para quê ter três anéis parecidos se aliança é aliança, eu uso sempre e por isso não sobra situação em que cabe usar os outros? Meu closet também é bastante compacto. Para o padrão feminino, é claro. Sou a favor de poucos e bons. E não porque eu ache que as coisas precisem durar muito. Até porque eu costumo cansar delas antes de acabarem. É que se é para ter pouco, que seja coisas que a gente realmente goste. Outro fator que colaborou bastante para esse raciocínio foram as muitas mudanças (de casa e de país) que passei nos últimos tempos. Quanto se tem menos coisas, é mais fácil transportar. E só quem já carregou caixas e caixas nas costas sabe do que estou falando. Se pelo menos forem caixas de coisas que você adore de paixão, ok, o esforço é válido. O critério costuma ser, se há alguma coisa que eu não uso há um ano, é um sinal claro de que não usarei mais. Vale para roupas de festa, sapato, coisas que não servem mais. Aliás, essas são as que devem ficar mais longe. Porque ainda por cima, fazem a gente se sentir mal cada vez que olhamos para ela. Não trocamos de carro, de namorado, de emprego e as vezes até de amigos? Desde quando roupa deve ter um peso maior em nossa vida que tudo isso?

6 comentários:

Renata Mesquita disse...

Ju, que engraçado, domingo eu estava enfrentando o mesmo dilema, mas numa proporção muuuuuuito mais modesta.
Em sua primeira viagem ao exterior desde que estamos juntos, o Henrique me trouxe uma malha com um gatinho de óculos estampado. Eu adoro coisas de gatos, você sabe (e o Henrique sempre aumenta a minha coleção), mas essa blusa eu mal usei para dormir... aí fiquei pensando: mando para a campanha do agasalho ou não mando? Fiquei com dó. A blusa ainda está lá, em cima da cadeira, olhando para a minha cara...

Andrea disse...

Ju, vc tem toda razao... estou eu lá encaixotando as minhas coisas pra mudanca de ape e vendo quanta coisa a gente junta ao longo de pouco tempo. Confesso que estou com dificuldade de me desfazer de algumas coisas, mas agora que vc falou vou usar o mesmo criterio e me livrar de muitas coisas inuteis que tenho lá. Com certeza tem pessoas que farao melhor uso do que eu! Beijao :)

Juliana disse...

Isso mesmo, o espírito é esse. Abram espaço na vida de vocês para novas coisas que virão. E elas sempre virão, porque quem aguenta passar um mês sem nenhuma nova aquisição. Re, o recado para você é: mais importante que o primeiro presente, é o último, sempre. Imagine que o Saulo guarda até hoje o primeiro boletim escolar dele, assim como o primeiro caderno, a coleção de pedras da infância.... E Dea, para você, estou orgulhosa. É isso mesmo. Menos coisas, menos caixas para carregar. O Goodwill vai adorar essa~sua decisão. Beijocas, Ju

Rê Coltro disse...

Saudade!!!! Agora vou acompanhar vc por aqui!

E sim, desapego é uma ótima receita!! :-)

bjs!

Rê Coltro

Alexal disse...

hahahahaha este post é muito vc!

Saulo Passos disse...

So nao falaram ai que os aneis em questao foram: 1) primeiro presente da vida a dois 2) anel de pedido de casamento. Realmente, total desprendimento para derrete-lo. Ate a Jules Rimet eh fichinha nesta atrocidade ourives.